quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A POLÊMICA DA DEVOLUÇÃO DE UM LIVRO


Olá alunos e amigos leitores!
Hoje quero compartilhar com vocês um fato, eu diria pitoresco, que aconteceu numa pequena cidade do Estado do Paraná, meu Estado, no final do mês de julho. Um jovem de 17 anos toma emprestado um livro da Biblioteca Pública e "esquece" de devolvê-lo. A funcionária da Biblioteca faz um Boletim de Ocorrência numa delegacia e o adolescente recebe uma intimação para devolver o livro. O pai, indignado com a atitude da funcionária, sai em defesa do filho alegando: "Que seu filho foi penalizado por frequentar uma biblioteca"... "que uma atitude mais simples como um telefonema poderia ter resolvido a questão"... e "que um livro que custa menos de 5 reais não vale tanto gasto e empenho por parte da polícia".
Pois bem, sou bibliotecária de uma escola pública e ano após ano, contabilizo inúmeras perdas por conta de alunos irresponsáveis como este, filhos de pais que não se preocupam em orientar seus filhos a cumprir normas básicas de convivência em sociedade. E estes filhos crescem acreditando que todos os seus direitos devem ser garantidos, mas que não precisam cumprir nenhum dever. Toda e qualquer biblioteca possui regulamento e eu acredito que a funcionária, agora crucificada por este pai cuidadoso, pela mídia e por pessoas desinformadas, deve ter esgotado todas as possibilidades de recuperar o livro - que é de todos - antes de partir para uma atitude tão radical. E se o livro custasse menos de 5 reais como diz o pai, o que não é verdade, o livro custa R$ 27,90 (no site das Lojas Americanas), numa livraria deve custar um pouco mais, por que então não devolvê-lo?
Enfim, nós queremos que todos leiam, que levem nossos livros para casa e socializem a leitura e o conhecimento com a família e a comunidade, mas queremos também, e é nosso dever enquanto educadores, ajudar nossos alunos a se tornarem mais responsáveis e devolver os livros para que outros possam também desfrutar do prazer de uma mesma leitura.


4 comentários:

Anônimo disse...

Estamos diante, mais uma vez, de uma situação que acontece diariamente em qualquer meio. Mais uma vez o "frágil" adolescente foi a vítima.
Quero lembrar que a atitude deste adolescente decorreu dos hábitos no meio familiar em que vive - digamos, cultural. Caso fosse portador dos bons costumes nada disso havia acontecido.
Sua atitude (do adolescente) foi errada e não tem outra interpretação: para quem se apropria de 1 pode se apropriar de 1.000.000.
O que ocorre hoje no Brasil, e faz parte da nossa cultura(infelizmente), é que as pequenas coisas podem ser resolvidas com um simples jeitinho.
Parabenizo a atitude dessa bibliotecária, pois os grande erros decorrem das pequeninas falhas insignificantes não advertidas;
este exemplo deveria ser seguido por todos, em qualquer situação.
Ricardo Machado (advogado, professor universitário, mestre em Ciências Sociais Aplicadas na área de sociedade, direito e cidadania).

deise disse...

Olá Ricardo! Muito obrigada por sua visita e pelo comentário. Eu concordo plenamente com você. A nossa sociedade está vivendo uma inversão de valores, onde cometer pequenos erros parece não ter importância. Mas como você mesmo disse: quem se apropria de um pode de apropriar de um milhão. A quantidade, o valor não importa, importa a atitude. E qualquer conduta errônea deve ser corrigida.

Bruno disse...

Temos que levar em conta também que não é só aquele menino que frequente a BIBLIOTECA PUBLICA , e não era só ele que empresta livros e não devolve, se até na nossa escola a cobrança pelos livros é cobrada com rigor nada mais justo que essa atitude tivesse esse resultado, pois quem sabe o valor do livro teria de sair do próprio bolso da bibliotecária

deise disse...

Olá Bruno! Agradeço sua visita e comentário. Você tem toda a razão, infelizmente muitas pessoas que frequentam bibliotecas públicas deixam de devolver os livro que emprestam. E mesmo depois de serem cobrados muitas vezes por nós, responsáveis por cuidar do acervo. Não me admira a atitude tomada pela colega, ela já deveria estar cansada de cobrar o aluno. Mas nós não desistimos e vamos continuar fazendo nosso trabalho de emprestar, cobrar, cuidar e educar.